Borgonha: Parte V


Prosseguindo ainda na famosa Côte de Nuits, falaremos sobre as comunas de Morey-St-Denis e Vougeot. A primeira engloba cinco Grands Crus: Clos de Tart, Clos St-Denis, Clos de Lambrays, Clos de La Roche e Bonnes-Mares. Este último, embora com a menor parte, divide-se entre Morey-St-Denis e Chambolle-Musigny.

Os tintos de Morey-St-Denis pendem mais para um estilo Chambertin, com algumas nuances diferenciadas e misteriosas. Clos de Lambrays tem este mistério, é o mais fechado entre os Grands Crus. Clos St-Denis é o mais delicado, feminino, enquanto Clos de La Roche é o mais firme, mais Chambertin. Por último, o espetacular Clos de Tart, talvez o preferido do meu amigo Roberto Rockmann. De fato, é um grande vinho, tendo um pouco de todas as facetas de seus Grands Crus vizinhos. Consegue aliar com maestria, elegância e potência. Boa alternativa de preço aos proibitivos tintos da Domaine de La Romanée-Conti.

Clos de Tart: Propriedade murada

Importadoras de ótimos produtores desta comuna: Clos de Tart (www.cellar-af.com.br), Domaine des Lambrays (importadora Grand Cru) e Domaine Dujac (Expand).

Côte de Nuits: tintos superlativos

A comuna de Vougeot, produtora de tintos e brancos, talvez seja a síntese do alto risco para quem se aventura em borgonhas, inclusive no seu polêmico Grand Cru, Clos de Vougeot. Com aproximadamente 50 hectares, trata-se de um latifúndio para padrões borgonheses, com cerca de 80 produtores. A posição do vinhedo na colina em termos de altitude e composição de solo aliada à filosofia de trabalho de cada produtor, gera vinhos bastante distintos em qualidade e estilo. Vai desde o medíocre ao sublime. Produtores como Méo-Camuzet, Grivot (ambos da importadora Mistral), e Chateau de La Tour (importadora Decanter) são altamente confiáveis.

Méo-Camuzet: Produção minúscula

Outras apelações e comunas como Fixin, Marsannay e Hautes-Côtes de Nuits não apresentam destaques, exceto por um ou outro produtor de produção minúscula. Composição de solo e altitude são alguns dos fatores desfavoráveis para o sucesso de seus vinhos. Em grandes safras, onde a maturação da uvas fica próxima do ideal, seus vinhos ganham alguns atrativos.

Por ora, faremos uma pequena pausa sobre a Borgonha, retornando em breve com novos artigos.

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4 Respostas to “Borgonha: Parte V”

  1. Rockmann Says:

    Os aromas do Clos de Tart 1998, aberto em 2008, foram os que me mostraram o que um Bourgogne pode fazer. Infelizmente, com o Amauri devendo deixar de importá-lo, os preços aqui vão para as alturas e, a partir da safra 2009, vou começar a intensificar os estudos no clos vizinho, o Lambrays, que tem um dos preços mais baixos de grands crus diferenciados por aqui.

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  2. Rockmann Says:

    E vão ficar ainda mais estreitos, o país que proibiu venda de vinho em garrafa magnum por longos anos para defender “sangue du bois”, depois do selo fiscal, vai agora fazer salvaguarda, para defender produtor gaúcho. Enquanto lá fora, os chineses compram tudo e jogam os preços lá para cima, principalmente os de Bordeaux, que estão irreais, mesmo lá fora.

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  3. Borgonha: Parte V de vinhosemsegredo em Vinho Sem Segredo « Enogastronomicos Says:

    […] original: Borgonha: Parte V de vinhosemsegredo publicado [dia March 15, 2012 at 02:00PM] em Vinho Sem Segredo. Republicado por […]

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